sábado, 10 de outubro de 2009

Desencontro

Foges de mim todas as noites o sentir racional e volto a fantasiar sua volta, - uma noite qualquer, a chuva pesada é abrandada aos poucos enquanto a nevoa torna-se mais enregelado a cada pulsar de meu coração reprimido pelo olhar da lua a tragar mais uma noite para dentro de si o amanhecer é o próximo passo longo dado numa rapidez abissal porém imperceptível de modo que se esvaíra sem percebermos e até lá será tarde demais para lamentarmos a perda de mais uma noite. ‘Não fora hoje à noite que chegou’ porém amanhã, será o um novo dia. Porém é de manhã que refaço minhas idealizações e vejo meus erros, é de manhã, é de manhã, é por entre a nevoa. Da varanda me encontro aturdida por sua imagem ao longe em desfoque, porém não lhe dou dois passos e me demoro a crer prevalecendo minha descrença por demorado, enquanto minha mente procura uma lógica e nada acha. (Medo onde você está? Ele morrerá para mim há um tempo, na verdade ele me matou.) Eu acordei num salto plácido por sua voz murmurando algo que não entendi, mas o ruído de suas cordas vocais me faleceu o sentido racional fazendo voltar lembranças de um sentimento adormecido, pôs-me juntar-se a ilusão atravessando o jardim morto, maltratado pelo tempo com apoio de meu descuido total. Toda atmosfera fora misteriosamente polida pela minha provável imaginação, tão bem escrito era o seu rosto que pra mim fazia forçar tão real algo puramente impossível. Mais uma vez falastes algo ainda mais firme com mais clareza e era meu nome acompanhando lamentares. Sua voz havia caído em amedronto cada vez que mais perto chegava, passos de você e tudo se resumiu a o seu silencio por minutos enquanto olhava sua expressão interrogativa, às vezes coalhada, seus olhos pediam algo e lagrimejavam, estava chorando eu me senti perturbadamente mal como se tivessem machucado a mim mesmo sem saber o porquê, eu entendia o que ele estava sentindo de alguma forma desconhecida por mim mesma, era ele quem eu esperava e essa é a única coisa de que tenho certeza. ‘Deixe lhe ajudar, não chore’, porém não consegue dizer nada além de olhá-lo como se por um milésimo de tempo onde me pegasse desatenta a você pudera então desaparecer de minha frente, como um suspiro mal dado a minha dor acumulava atrás da sensação mais estranha que possa ter sentido em minha vida. Era um reencontro e suas mãos moveram-se, somente ela e todo o resto de seu ser ainda continuava petrificado, num momento por um fio elas chegaram ao meu rosto o percorrendo até fechar meus olhos com seus dedos fantasmas pouco tenho certeza que os senti de verdade ou fora só de minha imaginação fazendo minhas vontades. Alguns segundos e meus olhos ainda continuavam fechados somente sentindo o seu toque fantasma que aos poucos se desligava de minha face e sentidos, ia-se e não pude mais sentir sua presença, porém sua voz fazia presente a dizer ‘ ainda nos veremos, espere mais um pouco ‘. Quando pude abrir os olhos jorraram lagrimas pesadas me triturando no sentir de falta, você não era real, não estava vivo, estou eu a ver almas.
Você ainda não nasceu, mas nos esperemos até lá.

domingo, 13 de setembro de 2009

E no final

corremos o risco de perceber que o amor não é tão resistente assim as quedas, ao tempo. Porque não era amor de verdade, não o amor que você pensava ter ou idealizava ter. Porque não era aquela pessoa, porque procurava ou inventava nela algo que precisa ter em você com todo vigor. Quer usá-la para preencher algo em você que não pode alcançar ou simplesmente houve de perder pelo tempo. Ou quem sabe na verdade quer mesmo é ocupar o espaço de alguém que partiu a muito, ocupar ausência de suas necessidades íntimas.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Perdas

A perda é natural por mais que dolorosa seja é necessária para todos nós, um tipo de exercício para o amadurecimento. Claro, primeiro o lamentar durante semanas ou meses e depois o conformismo deve lhe afogar para uma melhora necessária pode-se implantar na mente a certeza de que todos passam por isso e é inevitável, que faz parte de viver e no final não muito distante tudo ira ficar bem quando na verdade sabe que no fundo recomeçara novamente, mudando de causa ou circunstância. Perdas não são na verdade necessárias mais o pensar que são, ajuda a nos conformamos mais rápido.

domingo, 23 de agosto de 2009

Preciso tanto de você

Eu não preciso de você, não preciso ouvir a sua voz, não preciso ler suas mensagens, não preciso do seu ‘te amo’, não preciso saber que você me ama onde quer que esteja. Não preciso fingir que o mundo gira em torno mim, me esperando, querendo o meu bem. Não preciso mentir pra mim mesma e continuo mentindo dizendo que não preciso de você, que não preciso, que não preciso de tudo o que tem vinculo com você. Preciso tanto de você que perco as forças, minhas pernas tremem e minha mente desmaia numa lesera profunda meu corpo se encontra debilitado e incapaz de obedecer quaisquer funções habituais. Preciso tanto de você que não me vejo mais em nenhum lugar a não ser em você, não me enxergo no espelho, não me enxergo no futuro, não me enxergo e não existo a não ser em você onde quer que esteja com quem quer que esteja a apreciar e possuir eu estou com você e não estou comigo ‘em meu corpo’, pois prefiro estar com você a minha alma esta com você. :((

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Na flor da idade

Ana de outrora cheia de risinhos inocentes de olhares carentes se via em fases uma face madura e impermeável saboreava-se em si uma calma de dias tristes e fluviosos todos aqueles que podiam com sua permissão participar de sua vida de dias sonolentos. A paz que aparentemente a cercava era o plano de fundo cristalino que não a negava de ter várias portas abertas, mesmo que não fosse verdade pura essa tal calmaria a levava assim mesmo em frente como se levando algo sem caminho algum de retorno tentando pensar não ter nenhuma outra opção; a verdade.
Com olhos nus para a percepção de triplas camadas andava sobre alto em ruelas desconhecidas por onde nunca havia pensando em passar, talvez fosse o ar de arquitetura grande demais sobre seus olhos desamparados a vista do nunca visto e agora perfurado com seus sentidos fortes e olhares cobertos de curiosidade. Alguns passos à frente, olhar atento sem exalar nenhum sentimento que se destaque, apesar de uma cara meio pálida, o ressentir de pesares na fase um pouco cansada, porém natural quando chegou a finalizar mais um quarteirão e as nuvens se fecharam tanto quanto sua duvida de que aqui onde estava não era tão desconhecido, todos aqueles montes industriais amontoado sobre sua cabeça um dia houve de lhe sufocar os pensamentos e paz tanto quanto agora. A vista um grande calçadão de onde fez parte e cumprimentou em passos pequenos que eram ao mesmo tempo flutuantes entre a multidão que se perdia e se achava nela mesma em diversas vezes me fazendo dançar com ela e debruçar em diversos olhos ardentes, tarados ou até carentes que me davam ou simplesmente trocavam na espera de uma resposta que esperavam andando devagarzinho de uma forma despercebida onde de alguma forma o olhar de resposta lhes mudara o dia, aumentara o ego ou será mais um daqueles “olhares de resposta” ocultados em sua vida de tantos e tantos outros dias.
Me pego a lembrar tão bem daquele lugar e daquelas pessoas, daquele cheiro color e insubstituível sentir de imensidão comprensada a pouco menos do que se precisa para respirar com tantos olhares tirando-lhe casquinha de sua essência adora-se com o tempo a exalar charme e simpatia para as pessoas com a intuição de que de nós tenham inveja e tentem nos imitar ou somente para outro bem maior, o nosso; onde possamos estar de bem com nós mesmos e confiantes assim. Cria-se antipatia com o tempo por tudo aquilo, tanto quanto amor, que se escondeu quando fui embora e por dinheiro nem circunstancia alguma quis voltar.